PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ensaiando a vida...

Vivemos num teatro onde nós somos ao mesmo tempo autor e personagem da nossa própria história. No entanto se dar conta disso é o grande problema. Nós estamos muito tendenciosos a achar que vamos ter uma chance para consertar algo que fizemos de errado e, ao mesmo tempo perdemos muito tempo planejando algo que poderia ser mais prático. Enfim, estamos quase que contínuamente fazendo confusões. Tem horas que pensamos que somos personagens de uma história, quando na verdade sem nossa atitude não terá história.
A única coisa que sabemos é que nossos atos são capazes de construir ou destruir alguma coisa e por termos consciência disso acabamos sendo comedidos em nossas ações; por medos, por orgulhos e talvez até mesmo, porque sabemos que a vida é uma peça sem direito a ensaios. E por não saber qual a medida de sal que devemos colocar na receita de viver, acabamos por comer insoço, com medo de salgar o cardápio, pois mesmo sabendo que a vida não permite ensaios, algumas pessoas ensaiam mais do que vivem.
Precisamos ser idiotas um pouco, fazer o que se tem vontade, sem se preocupar com a bolsa de valores e com o aumento da dívida externa. (Pulcra).
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Pensando na idiotice, no teatro, sugiro que vivamos e sintamos as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Se o teatro representa metaforicamente a vida, comecei a pensar no sentido de passageiro, de momentâneo. O que se figura numa peça não é nada mais do que a epifania de um momento, da reflexão de algo, da representação... talvez sejamos também no palco da vida figurantes de uma dada situação, atuamos movidos pelas cargas de sentimentos que ora carregamos, e é exatamente aí que talvez tenhamos a oportunidade de dizer ou fazer aquilo que vem a mente, visto que é passageiro, é momento... mas tarde certamente teremos outras leituras e nesse mesmo palco a construção de outras atitudes... por isso é preferível lamentar pelo que não se fez, porque assim sendo perdemos a oportunidade de deixar nossa marca. Acredito ainda que nesse ensaio improvisado do viver, as cenas são mais leves quando deixamos fluir com liberdade nossos desejos, vontades e tentamos colocá-los em prática expondo-se porque não ao "ridículo"? Neste peça em que autor se confunde com personagem fica o aprendizado, o tal "momento passageiro" vivido, feliz... (Hodie)

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