PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Inquietações

Ele deseja com tamanho desejo, o reencontro dos lábios, a mistura do sexo, o calor do corpo. Lembranças de afetos pautados em palavras e atitudes permeiam no coração deste homem que ama, recordações de um fogo ardente de almas expressivas, veemente em sentimentos, entusiasmo e arrebatação. Um corpo amor inquieto, como um barco que navega por mares desconhecidos ao encontro do cais. Ama com tamanho amor. Sente com tamanho sentir. Ele necessita dos beijos salivados de outrora, dos corpos exalando odores, lubrificados pelo prazer mútuo. Vidas em agonia, dor da ausência, saudades aliviadas pelo cheiro ainda presente no suor doce da pele e pela magia que reside no sensorial. Ele alimenta o sonho, movido pela ventania quente do tempo, inspirado pela corrente das águas de rios que perenemente traçam caminhos, desafiam as leis, superam os obstáculos em busca do mar. Rio e mar, encontro, reencontro, morada - fusão... Metáforas que configuram a essência de um amor primoroso, idealizado por um homem que simplesmente crer no amor e ama. (Hodie)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Evidências

Eu costumo viajar nas palavras e me deleitar nas lembranças. Trazer-te novamente para perto e sentir a felicidade pulsante, através de reencontros imaginários, sejam através do cheiro impregnado, do gosto do sexo, da música que toca, da fotografia capturada e por sua vez eternizada no instante, alimenta minha alma ousada e desperta sensações inebriantes. Os sonhos vividos além de nostálgicos carregam a teimosia de despertar tantos outros. Comungar o mesmo lençol embebido de prazer, os olhares em entrega, os corpos em ardente desejo, o banho ensaboado, o baile de sábado à noite - fechando aqui meus olhos te vejo lentamente no movimento da dança, rara beleza invadindo meu ser - caminhar pelo parque na manha de domingo, na contraditória sensação de tempestade e calmaria, coloco-me mais uma vez submisso ao amor. Mário Quintana diria sabiamente: “Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e a palavras mudas que te dediquei... o amor é quando a gente mora um no outro”. Certamente seria muito cedo ainda para dizer te amo, talvez. Porém, meus sentimentos, sonhos e esperanças têm feito moradas no teu corpo, na tua vida...(Hodie)