PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Sagrado e Profano...

O conceito de sagrado tramita no meu pensamento de forma relativizada. Construção de valores e princípios que vamos adquirindo no decorrer de nossas vidas exercem um forte papel de definição sobre o que julgamos ser sagrado ou profano. Meros rituais tradicionais se fortaleceram no seio popular e receberam a conotação de rituais sagrados, porém o discurso que sustenta essas afirmativas se divergem nas relações humanas marcadas por conflitos, novas descobertas, expansão de novos métodos, causas e efeitos - o universo de relativização na perspectiva dual sagrado e profano revela-se no entendimento individualizado de cada ser durante a manifestação de suas opiniões diante de uma pesquisa cientifica com células tronco, por exemplo, na conduta pessoal por vezes condicionadas por uma imposição social, pela repreensão de desejos devido ao medo de pecar, situação simplesmente posta por homens que buscam artifícios para coibir, proibir e explorar por vezes a ingenuidade humana. Os espaços constituídos por homens, denominados como "igrejas" "templos de fé" que se dissemina cada vez mais no mundo e vão se massificando com um objetivo visível de manipulação e jogos de interesses ancorados pela ideologia do "sagrado". Na minha opinião crítica, posturas como essas se encaixam melhor no sub campo “profano”. Os escândalos cometidos por líderes "religiosos" no cotidiano mundial, por exemplo, são abomináveis na perspectiva conceitual da ética e da moral, e isso propõe uma profunda inversão na construção de valores que divaga no meu pensamento. Acredito que a fé transcende as manifestações humanas, habita no mundo da sensibilidade e o pecado acontece quando ferimos essa cadeia de valor. O campo de julgamento conduzido pela figura humana para com quem se permite viver alinhado com o prazer, a satisfação torna-se extremamente hipócrita porque é marcado por um discurso incoerente com a práxis... prefiro a permissão do desejo, desde que esse não venha ferir a minha e nem dignidade do próximo... prefiro respeitar as diferenças, as opiniões a julgá-las... prefiro respeitar a mim mesmo a deixar-me conduzir por uma imposição que se diz "religiosa"... prefiro acreditar que o sagrado é a relação que se estabelece entre os seres, pautadas pelo respeito a deixar-me conduzir pela "elaboração de valores impostos" pela sociedade... prefiro rotular o sagrado, naquilo que se estabelece pela magia da natureza e pela alma humana... assim sendo, prefiro entender o profano na indiferença, no egoísmo escancarado, na frieza dos sorrisos, na hipocrisia, na corrupção desmascarada para construir a minha ideologia de fé, de santo, de sagrado. (Hodie)

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