PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Reconstrução

O sentido das marés corre ao balanço da vontade do criador. É inútil tentar mudar nossos caminhos, quando a maré nos leva para sentidos opostos. Seria muito mais fácil se pudéssemos desenhar as coisas à nosso bel prazer, mas não somos os donos do mundo e nem tampouco temos o poder de mudar o curso das águas. Nossos atos as vezes nos afastam de quem mais amamos, quando na verdade tudo que queríamos era tê-los por perto. É fácil trazer para si o que não é real e nem verdadeiro, é fácil se auto enganar como uma forma de substituir, de suprir a ausência, de buscar o novo, pela necessidade humana de reconstrução. Difícil mesmo é trazer para nós aquilo que verdadeiramente nos completa. Somos, muitas vezes fadados a aceitar com resignação que nosso barco navegue no sentido das águas que a maré nos impõe, porque não se pode lutar contra as correntezas, não se pode navegar em sentido contrário. Duro mesmo, é seguir viagem, mesmo sabendo que aquele não era o desejo do nosso coração. Mas no amor há desencontros e não há porque sofrer, não há porque lamentar... o nosso destino é traçado... o que tem de ser, um dia será. Ao final resta o estar otimista, encarar a vida de braços abertos. Esperar que o sentido das marés, na beleza do mar, que leva nosso barquinho, tenha um propósito ou uma estratégia especial que nos direcione a algo bem maior do que tudo que um dia sonhamos. (PULCRA)


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