PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

No Rio...

Distante da terra cearense, piso em solo carioca. Ao invés do sol típico nordestino, a garoa fluminense. A beira-mar pelo calçadão de Copacabana, de Iracema, musa dos lábios de mel Alencarina a imponência do Cristo Redentor. Do baião de dois ao famoso arroz com lentilha e pimentão recheado no popular Largo do Catete. Vem a arquitetura do Museu da República, a praça, a Igreja da Glória e uma pausa para fotografar. Sucessivos embarques e desembarques no transporte urbano coletivo, à custo de R$ 2,10 à passagem, R$ 0,50 centavos a mais do congelado R$ 1,60 há mais de três anos na minha cidade. No Cosme Velho, uma disputa acirrada por clientes entre guias, taxistas e topiqueiros que fazem da curiosidade do povo, o cotidiano de sobrevivência no cenário do corcovado. Optei pelo trem, R$ 36,00 o bilhete que se considerado o tempo de translado, uma exploração, porém, irrisório diante da sensação de prazer, da apreciação da exuberante paisagem do Parque Nacional da Tijuca - aí, lembrei-me do meu sertão, do contraste de paisagens, mas pude sentir o cheiro de mato... dos olhares dos passageiros a bordo, alguns certamente, novatos como eu, envolvidos pela magia da curiosidade e pela fantasia imaginária. No percurso, um grupo de samba embarca e quebra a concentração. Em cada estação, expectativas. No desembarque a opção do elevador e da escada rolante, preferi optar pelos degraus comum, queria sentir o momento. O Cristo até então visto somente pela tv e visualizado de forma distante no dia anterior de algum ponto do Rio, me recebe de braços abertos, agora junto! Um amigo, apresenta a belíssima cidade lá do Corcovado, uma vista encantadora. No alto, uma sensação de liberdade, a possibilidade de fugir da realidade e habitar por alguns instantes, o mundo dos sonhos. Palavras, imagens, pessoas, desejos e emoção, um pacote! um presente! Na frente do Cristo, como uma espécie de ritual sagrado, praticamente todos os personagens anônimos do cotidiano abrem seus braços para a fotografia "clichê", uma necessidade para ratificar e comprovar o que já habita na memória. Foram alguns dias de trabalho, porém marcado pelo prazer da descoberta. No retorno um pôr do sol deslumbrante durante a ponte área Rio - São Paulo, algo que há muito tempo não apreciava e até reclamava, marcando de um forma muito especial e particular essa viagem. No pensamento itinerante, lembranças inesquecíveis e singulares, um gosto de saudade... um desejo de voltar...(Hodie)

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