PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Na Praia


Depois de mais uma semana de trabalho, domado pelo cansaço, resolvera sair de casa e buscar um ambiente que pudesse saciar, senão realimentar a esperança que sempre estivera presente e solidária em suas atitudes marcadas pelo desejo. Encontrara no mar, refúgio reflexivo, observara atentamente os movimentos das ondas e ficara pensando por alguns instantes na representação da força torrencial de suas águas no percurso infinito de ir e vir... o mar sempre fora motivo de inspiração, nele sempre conseguira as melhores sensações de paz e energia. O sol forte, os movimentos humanos, a areia, as conchas, o vendedor, os praticantes de esporte, a criançada de sorriso leve e solto, enfim, toda a presença de um cenário diverso em que pudera visualizar vidas marcadas por suas individualidades e porque não, buscando ali, no mar, um sentido ou direção...


O mar - ah o mar!!!...que sempre tivera a representação coerente de fortaleza, mistério, desconhecido e recomposição. Divagando na introspecção de suas idéias, navegara durante alguns instantes nos posicionamentos que tivera diante de inúmeras situações que nos últimos dias vivenciara. Pensara no silêncio, nas regras, nos condicionamentos, nas imposições, nos padrões estabelecidos e principalmente no exercício de tolerância exigido na maioria de suas atitudes. Sempre fora desafio calar, conter palavras, suprimir desabafos, considerando que o discurso e o grito sempre foram características dominantes...


Olhara mais uma vez o mar com tamanha fixação e desejara por alguns instantes abolir, senão burlar as regras, mesmo consciente que elas são necessárias para estabelecer relações harmônicas e por conseqüência: hipócritas! Quisera ser o mar, quisera se revestir de sua grandiosidade, da sua potencialidade, da força que tem sua fúria, da sua beleza por vezes traiçoeira... quisera fortalecer sua esperança, quisera entender melhor a dimensão humana, suas relações, anseios e conflitos, quisera na verdade compreender melhor o destino... (HODIE)

Um comentário:

Anônimo disse...

O mar nos trás uma estranha sensação, ele é capaz de nos acalmar e nos atribular ao mesmo tempo, ora nos remete a paz, quando suas águas estão mansas e cristalinas e suas ondas desembocam na areia, feito espumas de sabão, ora nos remete medo, quando as suas águas estão turbulentas e não conseguimos mensurar a sua força. Assim é o amor....estar disposto a amar é o mesmo que estar disposto a enfrentar o mar. Existirão momentos de pura paz, alegria, fascínio e harmonia, mas o sempre risco eminente de passarmos por uma forte tempestade que torne esse mar desconhecido e tenebroso. Por isso muitos ficaram na margem, por isso, alguns se afogaram, outros nunca desistirão de atravessar, acreditarão para sempre que as águas mansas e cristalinas não estão nas margens e sim no meio da travessia.

Pulcra