Depois de mais uma semana de trabalho, domado pelo cansaço, resolvera sair de casa e buscar um ambiente que pudesse saciar, senão realimentar a esperança que sempre estivera presente e solidária em suas atitudes marcadas pelo desejo. Encontrara no mar, refúgio reflexivo, observara atentamente os movimentos das ondas e ficara pensando por alguns instantes na representação da força torrencial de suas águas no percurso infinito de ir e vir... o mar sempre fora motivo de inspiração, nele sempre conseguira as melhores sensações de paz e energia. O sol forte, os movimentos humanos, a areia, as conchas, o vendedor, os praticantes de esporte, a criançada de sorriso leve e solto, enfim, toda a presença de um cenário diverso em que pudera visualizar vidas marcadas por suas individualidades e porque não, buscando ali, no mar, um sentido ou direção...
Olhara mais uma vez o mar com tamanha fixação e desejara por alguns instantes abolir, senão burlar as regras, mesmo consciente que elas são necessárias para estabelecer relações harmônicas e por conseqüência: hipócritas! Quisera ser o mar, quisera se revestir de sua grandiosidade, da sua potencialidade, da força que tem sua fúria, da sua beleza por vezes traiçoeira... quisera fortalecer sua esperança, quisera entender melhor a dimensão humana, suas relações, anseios e conflitos, quisera na verdade compreender melhor o destino... (HODIE)
Um comentário:
O mar nos trás uma estranha sensação, ele é capaz de nos acalmar e nos atribular ao mesmo tempo, ora nos remete a paz, quando suas águas estão mansas e cristalinas e suas ondas desembocam na areia, feito espumas de sabão, ora nos remete medo, quando as suas águas estão turbulentas e não conseguimos mensurar a sua força. Assim é o amor....estar disposto a amar é o mesmo que estar disposto a enfrentar o mar. Existirão momentos de pura paz, alegria, fascínio e harmonia, mas o sempre risco eminente de passarmos por uma forte tempestade que torne esse mar desconhecido e tenebroso. Por isso muitos ficaram na margem, por isso, alguns se afogaram, outros nunca desistirão de atravessar, acreditarão para sempre que as águas mansas e cristalinas não estão nas margens e sim no meio da travessia.
Pulcra
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