Ele já não consegue, tampouco sequer, fugir das regras. O ousado poeta busca nas letras uma cumplicidade ímpar para revelar sentimentos. Às vezes, fala com euforia das novas possibilidades, dos novos amores, da projeção de novos sonhos, porém, também por vezes, vê-se produzindo um texto com forte carga dramática de dor, perda ou desilusão. Em muitos destes, a menção sobre o destino, a reverência pela esperança, e talvez o mais importante: nunca se permitira perder os sonhos. Este mesmo poeta busca também na música, dada sua intimidade com as palavras, trechos que muitas vezes traduzem sua emoção momentânea, sempre marcada pela intensidade. Aprendera desde muito cedo que a vida merece ser plenamente vivida, e que através desse lema convicto, sempre assumira com vigor seus desejos.
Na última madrugada, considerando sua intimidade com a noite e diante de uma lembrança aparentemente banal para alguns e principalmente diante da leitura de uma mensagem recebida, o poeta resolvera dialogar consigo mesmo e começara a navegar sensorialmente nas cenas construídas desde a última tarde de sábado, quando o mar, sua grande paixão configurara um encontro feliz e teimosamente despertara o fomento de um novo sonho, uma nova esperança.
A frase clichê: “O destino decide quem vamos encontrar na vida, as atitudes decidem quem fica”, tem lá sua dosagem de sabedoria e encanto. Assim, o poeta adormece na madrugada de outrora, feliz, envolto das lembranças dos últimos encontros diários e porque não, resoluto, para nutrir sentimentos. Inebriado, certamente devido ao cansaço e o sono, os olhos do poeta cerraram com a lembrança do pensamento de Clarice Lispector: “O amor é tão inerente quanto à própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre...”(Hodie)
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