A segunda desperta como sempre: intensa e movida pela dinâmica ativa. É o mesmo barulho dos aviões, dos carros da cidade, do trâmite das pessoas que correm contra o tempo para assumirem seus postos de trabalho e seus afazeres, cumprindo um ritual diário do destino. Como sempre o relógio toca as 6:15 sinalizando o processo metódico do despertar, porém, diferentemente dos outros dias, resolvi aquietar-me um pouco mais para pensar na última tarde de domingo. No breve intervalo entre a cama e o banheiro, ouço próximo da janela ao lado, um pássaro cantar, sua musicalidade ecoa neste instante os odores do teu corpo que ainda estão impregnados na minha pele. Refiro-me a um bom dia suave e feliz onde a lembrança tácita me rouba um sorriso maroto. O sol firme invade a veneziana e o jogo de luz e sombras imprime na parede, cenas alternadas do nosso encontro de corpos, beijos e suor. Esse reencontro imaginário, revela o mesmo ato libidinoso de outrora, não foi um sexo fugaz, eu sei, teus lábios carnosos estavam recheados de enlevo, a tua língua degustava uma aliança de prazer, e naquele instante entre mim e você, uma cumplicidade de desejos. Agora sim, acordado para o dia encaro as pessoas com uma expressão estampada na cara de quem acredita que a vida ou o destino carrega uma mania absurda de nos provocar a esperança. Espero ver-te brevemente e até lá vou exalando sintomas de felicidade. (Hodie)
PARA NÃO ME PERDER NO DISCURSO DO OUTRO, DO PRÓXIMO, TENTO ENCONTRAR O MEU.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)